Temos acompanhado nas últimas semanas a greve dos caminhoneiros e todo alarde da imprensa tradicional em torno da questão, mas infelizmente o que não temos visto é a divulgação das ações do governo para resolver a crise.
É lamentável que os esforços de Dilma para sanar essa crise, que tem nome, sobrenome e financiamento de grandes produtores rurais por trás do que parece ser apenas uma pauta de trabalhadores não apareça nos principais jornais do país ou quando aparece, é praticamente um texto de rodapé.
O governo federal, em comum acordo com representantes dos caminhoneiros, estabeleceu na quarta-feira passada um conjunto de propostas que beneficiam a categoria. Você leu isso em algum grande veículo de imprensa? Apareceu no Jornal Nacional?
Pois bem, conheça as propostas do governo para os caminhoneiros:
Caminhoneiros de todo o país concordaram com a proposta do governo federal e encerraram as manifestações em vários estados. Mas, alguns grupos radicais estão mantendo os bloqueios nas estradas da região Sul com apoio de deputados, prefeitos e pessoas que não se interessam pela pauta dos caminhoneiros e só estão querendo tirar vantagem das
manifestações. Muitos caminhoneiros estão sendo obrigados a ficar nas rodovias, sofrendo ameaças e violência, mesmo querendo trabalhar.
As propostas do governo são na verdade uma vitória para os caminhoneiros que há mais de 20 anos lutam por elas. O governo apresentou quatro grandes propostas que estão resumidas aqui:
1) O governo vai sancionar sem vetos a nova Lei dos Caminhoneiros exatamente como os motoristas querem. Ela organiza a profissão do motorista profissional, definindo horas de trabalho, formação profissional, seguro por acidente, atendimento de saúde. Além disso, a lei garante locais e tempo de descanso e repouso e pedágio gratuito para caminhões vazios ou com eixo suspenso. A lei também vai perdoar as multas por excesso de peso recebidas nos últimos dois anos, inclusive com devolução do dinheiro já pago nesse período. E também vai responsabilizar o embarcador pelos prejuízos por excesso de peso e transbordamento de carga.
2) Outra proposta atende pedidos sobre o financiamento de caminhões, carretas e semirreboques. A partir de agora, o caminhoneiro que financiou o veículo pelos programas ProCaminhoneiro e Finame vai ter um ano para começar a pagar as parcelas.
3) A tabela referencial do frete também vai ser definida. Os caminheiros vão ajudar a criar uma tabela de referência para o frete, conversando diretamente com as transportadoras e embarcadores. A primeira reunião está marcada para o dia 10 de março no Ministério dos Transportes, que vai mediar a conversa junto com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
4) Outra proposta é importante para o caminhoneiro porque ajuda a aliviar o custo das viagens. A Petrobrás já falou que não vai aumentar o preço do diesel nos próximos seis meses, ou seja, o preço vai ficar congelado no próximo semestre.